Saki - The complete short stories |
Para entender Saki e
seu gênio, é preciso primeiro entender seus predecessores.
Temos que regressar à
Hamburgo, para 1600 mais ou menos, para a mente do poeta e teólogo Johann Rist,
que escrevia com grande
alcance e influência, para
um periódico chamado Erbauliche Monaths Unterredungen, hinos curtos com métrica poética 8.7.8.7.
O caráter revolucionário
dos hinos e o sucesso do periódico inspirou o inglês Edward Cave a criar a primeira revista do
mundo, The Gentleman's Magazine, onde escrevia, entre outros, Samuel Johnson estórias
curtas sobre a nobreza inglesa. Quando a tecnologia da impressão das revistas
sofreu a alteração do cobre para o aço, os periódicos começaram a nascer como
pragas e atingiram um público cada vez maior. O Almanaque das Musas, Forget-Me-Not, entre outros, lançaram as bases para
os “livros de presente”, publicados em Inglaterra
e destinados ao público feminino, com textos curtos de escritores que eram pagos
por texto. Com o sucesso inglês dos “gift books”, a americana Ann Sophia
Stephens e seu marido, que tinha uma gráfica em Portland, nos EUA, tiveram a
ideia de criarem um almanaque mensal com estórias curtas publicadas pela
própria Ann Sophia Stephens. Essas histórias, com o passar dos anos, se desenvolveram
para as Dime Novels, o que podemos comparar com a nossa literatura de cordel.
Era mais rentável vender, ao invés de um almanaque com 10 histórias por 10$, dez livros com uma história por 1,5$ cada. Eram textos curtos, sem muita qualidade, que os americanos chamavam de potboiler,
pulp fiction, onde um escritor, ou hack writer, ganhava por história, muitas
vezes paga no mesmo dia da entrega do material.
Saki gostava disso e era nisso que estava focado. Beber
de todas essas fontes, mas melhorar o processo. Foi a primeira vez que um
potboiler estava sendo escrito por um hack writer genial.
Mestre do conto curto de humor
negro, que expunha ridiculamente a natureza da sociedade inglesa governada pelo Rei Eduardo VII, foi nesse período compreendido
entre os primeiros quinze anos do século XX,
onde, sem descanso, escreveu milhares de pequenos contos para periódicos, jornais, revistas,
e a toda e qualquer entidade que lhe quisesse pagar, que Saki inscreveu seu pseudônimo curto na minha mente concisa.
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